quarta-feira, 5 de julho de 2017

Morreu triste e, politicamente, desamparado




Postado por Magno Martins



De minha Caruaru, onde tenho autoridade de falar pela minha plena cidadania outorgada pela Câmara, recebi imagens do terraço da casa do ex-vereador Zé Ailton, que morreu, ontem, aos 62 anos, vítima de infarto. Ele costumava manter adesivos de campanhas dos aliados que apoiou a vida inteira.

Vi, pela imagem, que tinha a capacidade de se aliar a lados opostos na política de Caruaru, como José Queiroz, o mais abatido com a sua morte, de quem foi líder na Câmara, e João Lyra Neto. Queiroz, pelo que soube, sempre o prestigiou. Zé Ailton correspondeu com lealdade canina.

Tanto que foi o primeiro a apoiar a candidatura de Raquel Lyra, prefeita eleita pelo PSDB no segundo turno contra Tony Gel com o apoio fechado e irrestrito de Queiroz e de todo o seu grupo, destacado pela presença de um deputado federal, seu filho Wolney Queiroz.

Sem conseguir os votos necessários para mais um mandato, Zé Ailton, que era apaixonado pela vida pública, esperava, como outros vereadores suplentes, ser aproveitado na equipe de Raquel. Mas ficou a ver navios, abandonado como estão tantos outros que subiram no palanque de Raquel e deram o sangue, o sangue transformado nos votos que garantiram o passaporte para a tucana virar prefeita.

Morreu, não tenho dúvidas, triste e profundamente desapontado. A política tem dessas coisas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário