terça-feira, 17 de outubro de 2017

Boa notícia: o medo entrou na equação de Aécio


Josias de Souza




Na expressão de um aliado de Aécio Neves, o medo passou a “seguir” o senador tucano “como uma sombra.” Ele receia amargar uma derrota na votação em que o plenário do Senado decidirá se deve ou não lhe restituir o mandato e a liberdade noturna. Antes apressado, Aécio já discute com seus aliados até a hipótese de adiar a votação, marcada para esta terça-feira (17).

Para derrubar as sanções cautelares que lhe foram impostas pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, Aécio precisa amealhar pelo menos 41 votos entre seus 80 colegas de Senado. Até a semana passada, estimava-se que teria algo como 50 votos. Mas nove senadores da bancada do PT saltaram da canoa da solidariedade pluripartidária.

A conta de Aécio ficou apertada. Acionado, o Planalto se esforça para ajudar. Mas o senador Romero Jucá, líder do governo e principal operador de Michel Temer no Senado, recupera-se de uma cirurgia. Só deve retornar ao batente na quarta-feira. Tramou-se uma votação secreta. Entretanto, um juiz federal de Brasília proibiu. E a Rede Sustentabilidade se equipa para questionar a manobra no Supremo.

O medo era uma variável inexistente na equação de Aécio. Mas o senador se deu conta de que o enorme valor que ainda atribui ao seu mandato terá de ser dividido pelo pouco de vergonha que resta na cara de parte dos senadores. Ainda é improvável que um Senado apinhado de investigados vá abandonar Aécio à própria sorte. Mas a simples presença do medo no palco não deixa de ser uma boa notícia. A sensação de jogo jogado potencializava a desmoralização do Senado.

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